Dona Otília Canquerini – Um Século de Amor – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião – 3 0 Maio 2012

30 MAIO 2012 – Dona Otília Canquerini – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião

Dona Otília Canquerini – Um Século de Amor

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os tempos heroicos de 1976 estávamos num plantão no Hospital de Pronto Socorro, Porto Alegre, o doutor Irajá de Oliveira e eu. O doutor Irajá já era médico do distrito de Capão da Porteira, Viamão, há alguns anos e precisava de alguém para substituí-lo em seu consultório. – Edson, fica lá um mês pra mim! – disse-me. Levou-me ao Capão da Porteira para conhecer o seu consultório que ficava na casa paroquial e a Dona Otília e o seu Osvaldo Canquerini. Fui para um mês, que se estendeu para dois, depois três e por fim o colega não quis mais retornar e fiquei trabalhando na região por vinte e quatro anos.

Assim começou meu relacionamento e afinidade e um imenso carinho e respeito pelo seu Osvaldo, que anos depois foi meu padrinho de Crisma e pela dona Otília. Domingo passado teve uma missa e uma grande festa no Capão da Porteira para que a dona Otília pudesse receber a homenagem de afeto dos seus inumeráveis amigos pelo aniversário de 100 anos. Um século de vida dedicada ao amor. Dedicada ao amor ao querido e inesquecível esposo já falecido, amor aos filhos e demais familiares. Amor à Igreja Católica dando guarida aos padres em seu lar, inclusive com o nobre e incansável padre Odilo Steffen sendo residente em sua casa há mais de quarenta anos e sendo sempre a primeira em todas as celebrações realizadas na Igreja. Amor à sua comunidade e principalmente amor aos pobres e necessitados. Jamais alguém bateu à sua porta e não teve a fome aplacada e as dores do corpo e da alma atendidos.

Quantas vezes fui chamado em sua casa para atender aos seus pobres enfermos ou chegavam ao consultório com um recado curto em palavras, mas intenso em significado: — A dona Otília me mandou aqui… – suficiente para saber que ali estava alguém com uma enfermidade para tratar e sem recursos. Podia precisar além do médico, de remédios e até de tratamento hospitalar. E acompanhava tudo com paciência e boa vontade inesgotável.

A região sempre teve muitas disputas de poder entre facções e interesses, mas o seu Osvaldo e a dona Otília traziam a estabilidade, o equilíbrio e o respeito ausente em muitos e sempre buscavam a dignidade e o bem das pessoas e da região. Os testemunhos vivos da grandiosidade de seu espírito e da luz que sempre emanou de seu coração e de suas mãos são incontáveis. Nem a idade ou as enfermidades dobraram sua vontade inquebrantável de continuar velando e amando sua família, todos à sua volta e a sua região. Suas orações diárias, o terço gasto por seus dedos jamais contarão as graças que essa formidável mulher e ser humano solicita por nós. Todos nós. Intuo que o padrinho Osvaldo e tantos espíritos de luz e anjos alegraram-se pelo reconhecimento de tantas pessoas pela amada dona Otília. Santa Terezinha, a padroeira da Igreja e sua santa de devoção, derramou suas pétalas perfumadas sobre sua cabeça.

Num mundo de tanta dor, falsidade e ódio temos a oportunidade singular, ímpar, única em privar, em conviver com a dona Otília Canquerini, um magnífico exemplo de amor ao próximo, do mais real sentimento de amor cristão. Parabéns aos filhos, netos, bisnetos, tataranetos, demais familiares e alegremo-nos todos nós por termos sido tocados pela dona Otília Canquerini.

Celito Medeiros

Trânsito em Viamão – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião – 23 Maio 2012

23 MAIO 2012 – Trânsito em Viamão – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião

Trânsito de Viamão

Q

ue o motorista de um modo geral, com contáveis exceções é mal educado e egoísta todos sabem e muitos fingem não saber. Até já fui um dos contrários ao parquímetro e aos pardais, mas em certos locais é de fundamental importância e necessidade. A maioria dos controladores de velocidade está ali para arrecadar ou até extorquir do motorista. Isso é fato e realidade. Que o dinheiro arrecadado não é usado em benefício real do motorista ou do pedestre é visível. Que nada substitui o policial na disciplina do trânsito é inalienável do estágio de barbárie que vivemos atualmente – morre anualmente no Brasil todo o equivalente que os americanos perderam de vidas durante anos na sangrenta Guerra do Vietnam.

que separar as motocicletas dos outros veículos que aqui estacionam no centro da cidade. É bom e necessário para carros e motos. Observem o abusivo e injustificável espaço entre carros estacionados. Muitos motoristas ocupam o que seria para dois veículos somente com o seu num egoísmo ou despreparo. Despreparo? A maioria das escolas de motoristas prepara para “tirar a carteira” e não para serem motoristas realmente preparados a dirigir com segurança e disciplina e respeitar aos demais veículos e motoristas.

A legislação exige pelo menos 2% das vagas de estacionamento para cidadãos com necessidades especiais – deficientes físicos ou idosos. Faltam vagas próximas a laboratórios, consultórios, escolas, hospitais, bancos e igrejas, por exemplo. Agora vem o pior: as vagas estão sendo ocupadas por veículos sem o cadastramento necessário e o pior, por veículos de pessoas sem nenhuma necessidade especial. Vê-se até taxista ocupando as vagas especiais e não porque estão com algum “cliente especial”, mas porque são abusados e mal educados como tantos outros, principalmente porque não há policiamento da guarda municipal de trânsito ou da Brigada para multar e guinchá-los. Ausentaram-se os “azuizinhos” viamonenses, nem aqueles que em dupla ou grupo “confraternizavam” de costas para o trânsito.

A situação do tráfego nas ruas centrais é um assunto irresoluto e para muitos é como uma espinha cravada na garganta da população desde as mudanças aqui efetuadas. As sinaleiras na ERS 118 com rua Garibaldi e Bento Gonçalves estão em fase de avaliação. Imaginamos.

O importante acesso e via de saída da cidade pela rua Alcebíades Azeredo dos Santos no trecho entre a ERS 40 – San Marino e o centro, está com o piso em situação ruim. Galhofam que as mineradoras estão abrindo jazidas ali na rua tal são as crateras desde a instalação dos esgotos. Além da correção imediata do pavimento de paralelepípedos, impera-se o seu asfaltamento. Ruas esburacadas ou com piso mal conservado, como o entorno da Praça da Prefeitura, trazem constrangimento e vergonha para a cidade e seus administradores, leia-se o seu Prefeito. Jamais alguém se lembrará de colaboradores ineficientes. Lembrarão como má administração do prefeito. O que nem sempre é verdadeiro. Daí a endossar o clamor de muitos cidadãos viamonenses.

Calendário Maia, Fim do Mundo e Espaguete à Bolonhesa – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião – 16 Maio 2012

16 MAIO 2012 – Calendário Maia, Fim do Mundo e Espaguete à Bolonhesa – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião

Calendário Maia, Fim do Mundo e Espaguete à Bolonhesa!

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eneraliza-se uma neura de que este dezembro de 2012 culminará com as previsões encontradas nos calendários dos lendários e sanguinários maias de que o mundo acabará. Controvérsias a parte… o mundo acaba diariamente para os milhares consumidos pelo trânsito caótico e assassino, pelas guerras e drogas, pela falta de plantões e miragens do SUS e tantos cataclismos do dia a dia. Vejam como muitos governantes e o Congresso Nacional tentam acabar com o Brasil e continuamos aí pagando taxas e impostos tão sanguinários quanto os maias.

Calendário Maia, Fim do Mundo e Espaguete à Bolonhesa – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião – 16 Maio 2012

16 MAIO 2012 – Calendário Maia, Fim do Mundo e Espaguete à Bolonhesa – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião

Calendário Maia, Fim do Mundo e Espaguete à Bolonhesa!

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eneraliza-se uma neura de que este dezembro de 2012 culminará com as previsões encontradas nos calendários dos lendários e sanguinários maias de que o mundo acabará. Controvérsias a parte… o mundo acaba diariamente para os milhares consumidos pelo trânsito caótico e assassino, pelas guerras e drogas, pela falta de plantões e miragens do SUS e tantos cataclismos do dia a dia. Vejam como muitos governantes e o Congresso Nacional tentam acabar com o Brasil e continuamos aí pagando taxas e impostos tão sanguinários quanto os maias.

O tempo de cada um – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião – 09 Maio 2012

09 MAIO 2012 – O tempo de cada um – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião

O tempo de cada um!

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ivemos em constante busca. Convivemos com ansiedade em doses homeopáticas ou em volumes amazônicos. Sofremos com isso. As nossas crenças nos impelem numa crescente de atender às necessidades e anseios dos esposos e das esposas, dos filhos, da família, do emprego e das chefias, dos líderes de toda ordem, dos governantes, dos cães, gatos e até dos passarinhos da casa. Jamais conseguiremos satisfazer a todos, como prega o ensinamento divino de que é “impossível servir dois senhores ao mesmo tempo”. Por que vivemos assim? Muitos são levados pela inconsciência de seus atos ou ações, outros pela coletividade ou impulso tribal, certamente a maioria por culpa ou mesmo pela possibilidade ou tendência à culpa.

A culpa está entre os mais antigos e primitivos sentimentos do homem e a base de toda a dor. Talvez a insatisfação seja um sentimento anterior à culpa tanto na humanidade quanto na espiritualidade. Tema instigante para pensarmos juntos. Eis que a mulher sendo mãe, ainda tem a sua profissão e as responsabilidades da casa não se ausentam junto ao seu corpo enquanto está no seu trabalho seja na escola, na empresa, no consultório ou hospital ou ainda no volante de um veículo. Seu coração pulsa acelerado pelos filhos num mundo de violência e drogas sedutoras. Há que atender as necessidades do marido e talvez dos pais ou parentes ou até da amiga ou dos vizinhos que dela possam necessitar. Há ainda os compromissos sociais impostos por toda uma gama imensa de solicitações. Vive-se assim a vida dos outros, aceita ou imposta, mas a vida dos outros. Quanto tempo sobra para a sua vida? Para a sua pessoalidade?

Hiii, a última vez que fiz as unhas? Sei lá, umas duas semanas? Dou uma ajeitada e sigo em frente… – respondendo sobre algo que gosta e… necessita. O tempo de cada um é absolutamente diferente e incompatível com o egoísmo. Os homens possuem uma característica peculiar que os fazem vivenciar uma pescaria, uma partida de futebol ou até uma conversa jogada fora numa mesa de bar com amigos e cerveja, por exemplo. E geralmente sem culpa. E a mulher? Bem mais difícil ter esse tipo de desapego transitório. O envolvimento é sempre uma regra precoce ou tardia, mas uma regra. A fuga do fogão e do tanque para muitas mulheres trouxe a nova prisão também sem grades de um número ascendente de novas e constritivas obrigações.

Mais enxaqueca, infecções urinárias, pressão alta, dores do dedão do pé ao cabelo, diminuição da libido ou sexo pelo sexo e um coquetel ácido de depressão, bipolaridade, ansiedade e um sei lá de tantos sintomas, queixas e moléstias. Certamente um dos caminhos da saúde e do equilíbrio mental, físico e espiritual passa pelo cultivo adequado do “seu tempo”. O que para muitos pode ser uma bobagem, para a pessoa é uma necessidade inalienável do seu ser. E isso pode ser uma singela soneca na rede depois de deliciar-se num livro sem o celular maldito tocando e seu tempo sendo respeitado por ela e pela “turma da redondeza”. Ter o “seu tempo” está no âmago de outra verdade que é “amar-se para poder amar aos outros…”

Cargas Negativas – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião – 02 Maio 2012

02 MAIO 2012 – Cargas Negativas – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião

Cargas Negativas

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embrem a música: – “Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou quem morreu…”, mas e a realidade? Esta é a realidade. Essa é a vida de todos nós. Esse mundo com tantas belezas é também e muito um mundo de sofrimentos, dor e dissabores de todos os tamanhos e gostos. É parte da nossa evolução e necessidade para o nosso entendimento e iluminação. Mas seria preciso tanto? Ou podemos evitar ser inundados de mais e mais sofrimentos além daqueles que representam a nossa carga ou a nossa cruz? Acredito que sim.

Muitas pessoas evitam assistir ao Jornal Nacional pela avalancha de notícias tristes e de tantas coisas ruins. Muitos evitam ouvir o jornalista-senador nas manhãs da Rádio Farroupilha – “tem que ouvir de botas e capa para se proteger do banho de sangue e de tristezas” – alegam. Amigos revelam que evitam ler a Veja e outras revistas nacionais pela crescente e avassaladora divulgação dos escândalos políticos e assemelhados. E é assim com vários programas e especialmente com os noticiários, que causam esse constrangimento e esse mal estar.

É um teste necessário. Tente ou evite acordar já sendo afogado com as más notícias da programação matinal. Evite almoçar ou fazer as refeições com os olhos e ouvidos grudados na TV. Não que queiramos que seja um alienado, mas desejamos que não seja uma vítima inconsciente numa solidariedade sofrida e cáustica. Saciar a sede sim, mas se afogar nunca! Experimente viver assim durante algumas semanas e sinta as diferenças, perceba as mudanças na sua qualidade de vida. Note mais leveza, menor agressividade, menos depressivo e uma melhora na disposição geral. Principalmente se diariamente é obrigado, forçado a enfrentar a tranqueira do trânsito na ida e volta a Porto Alegre e a insanidade de muitos motoqueiros e motoristas.

“Deus dá a cruz que as costas podem carregar!” – apregoa a filosofia ou a fé cristã. Eis que todos nós carregamos a nossa e queiramos ou não a cruz de muitos, de milhares e de milhões e ainda nos dizem que não é suficiente… Que devemos resgatar as dívidas de séculos e séculos. E ainda nos cobram – e caro! – pela nossa “culpa coletiva”. Uma dívida impagável pela nossa e pelas gerações seguintes e muito disso pela estratégia e pela esperteza dos políticos e formadores – ou deformadores? – de opinião. A vassalagem é necessária para conduzir a boiada humana, nesta forma de concepção.

Usemos mais tempo para construir e amar do que para simplesmente sofrer ou destruir!