2013 – 11 – 13 Novembro 2013 – O ovo da serpente – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião
O ovo da serpente
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as democracias do mundo civilizado e plenamente consolidadas, as manifestações dos chamados movimentos sociais tem local e hora de acontecer e prévio ajuste com as autoridades responsáveis. Assim é na Alemanha, Canadá, França, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos, por exemplo. Por que aqui no Brasil não é assim? Emergimos da longa ditadura de Vargas para um período de transição e instabilidades do pós-guerra mundial com a dicotomia evidente dos dois grandes blocos no planeta. Americanos e soviéticos e seus satélites com a Guerra Fria e logo a Ditadura militar brasileira e em tantos outros países. O ocaso da ditadura brasileira culminou com os embriões de todas as cores e bandeiras gestados no ventre dos dois partidos permitidos.
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O comunismo perdeu a graça, mas jamais a força dentro dos empedernidos e derivou para o “socialismo” com todas as “áureas”. E apareceu em nomes de partidos e projetos de uma “nova esquerda” e “luminosa” execrando os regimes de “direita”. Chique ser socialista. Não há democracia em nenhum regime comunista. Não pode haver democracia em nenhuma filosofia comunista. Isso é real. A queda do Muro de Berlim selou novos tempos com a fragmentação do imperialismo russo e a formação de novos países e antigos povos buscando sua identidade e liberdade fora da dominação comunista. A alegoria da liberação sexual com consequente libertinagem após a pílula anticoncepcional se aplica aos movimentos sociais brasileiros. A materialização das Diretas Já estimulava. Fora Collor mostrou o poder do povo nas ruas. Mas pelas beiradas, a velha tática de guerrilha avançava com a complacência dos governantes e da justiça.
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Invadem-se propriedades pelo viés da “reforma agrária” ou do “trigo e soja transgênica”. Destruição de bens particulares e públicos, inclusive com morte de agentes da lei, como do brigadiano na avenida Borges de Medeiros. Ardilosamente criou-se uma “justiça pelo social” para justificar e aprovar crimes de toda ordem. Obstrução de ruas e estradas virou coisa corriqueira. Ninguém realmente penalizado por seus atos ou desatinos. “Os meios justificam os fins” e a “via curta” seria o caminho para a “justiça social” – sempre a palavra social, socialismo. No entanto, isso jamais seria permitido nos países “socialistas” do modelo de Cuba, China, Rússia ou Coreia do Norte. Ou alguém duvida disso? Lembre-se da gaúcha “engaiolada” na Rússia por estar em manifestação do Greenpeace!
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Este ano o povo do bem saiu às ruas do Brasil em manifestações contra a impunidade, a vergonha do Mensalão e de parcela de ministros do tribunal máximo, a corrupção desenfreada, a falta de segurança, a saúde mais enferma do que nunca para quem não pode se tratar com os mestres do Hospital Sírio Libanês, e a educação piorando ano a ano. Desordeiros, arruaceiros, vândalos, criminosos atacam as manifestações e deixam um rastro de destruição onde passam. Alguém punido? Chamam-nos de Black Blocs. A infecção está disseminada das periferias aos campos. Queimam-se ônibus e veículos todo dia e por qualquer motivo – nenhum motivo é válido para a violência. Invade-se e destrói-se impunemente. Essas arruaças foram benéficas para quem não quer o povo nas ruas numa canção democrática com as famílias e jovens vivendo a democracia que nunca teriam naqueles países “socialistas” citados. Não espero que você concorde ou discorde de mim, quero que você saia do “miojo e do xis-bagunça” e use sua razão ancorada nas contas que você paga para governantes que enriquecem no poder aboletados pelo voto ou pelo compadrio. Enquanto você cada vez tem que trabalhar mais, tirar de você e dos seus para azeitar as falcatruas e a impunidade e lhe digam que é “tudo pelo social”.