Nomes Caninos!–por Edson Oliveira–Jornal Opinião–01 Dezembro 2010

12 Dezembro 01 – 2010 – Nomes Caninos – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião

 

Nomes Caninos!

Qual o nome do seu amigo canino? Ou seria melhor – quais os nomes dos seus amigos caninos? Quantas vezes nos colocamos a abrir as gavetas da memória trazendo à luz as lembranças das vivências que tivemos com nossos amigos caninos? As convivências com cães e gatos ajudam a construir as nossas personalidades de forma mais sadia e iluminada. Certo? “Desde que me lembro de ser gente”, usando uma expressão comum entre nós, lembro-me de uma cadela guaipeca, a Querida, que brincava comigo ali naquela casa onde hoje é a sede do PTB. E depois de cansados de tanto brincar, dormíamos no assoalho de madeira. Eu abria um braço e ela deitava a cabeça afetivamente. Sempre tivemos cães e gatos. Toda a minha infância e também de meus filhos eles eram além de amigos, “pessoas” da família.

 

Sobre gatos trataremos em outra crônica. Os cães estão com o homem na face da Terra e nas tocas e cavernas desde tempos primitivos. Alguns discutem se seriam os cães ou os cavalos os mais fiéis amigos animais. Escapemos desse conflito afetivo. Meu avô paterno tinha dois Fox, Bric e Brac, contava-me meu pai. E durante toda a enfermidade que culminou com seu falecimento, os dois ficavam próximos à cama. Saiam para comer e fazer suas necessidades básicas e retornavam. Obedecendo-lhe pela voz ou por gestos. Também tive um Fox, o Bric como uma homenagem à amizade e fidelidade aos amigos do meu avô. Existe fidelidade como do cão ao homem, entenda-se ser humano? Observem que na maior decrepitude do homem, como mendigo ou ermitão, ou como um farrapo humano arrasado pelas drogas ou moribundo, ou em tantas outras situações de absoluta solidão do corpo e da alma, ainda resta um cão para lamber as feridas, planger consigo, defender-lhe ou ser sua derradeira amizade e companhia.

 

Além dos prosaicos Banzé ou o Totó de um amigo, os nomes são a expressão do que representam. Ganhei uma cadela pastor-belga, a Xuxa. Negra com a beleza da noite, mas trouxe o nome da “amiga dos baixinhos”. Ganhei um boxer com extensa árvore genealógica com duques e barões, sangue azul com nome humano – Danny! Seria uma alusão ao ator Danny Glover? Nunca soube, mas ele era de uma docilidade extrema comigo e com meus filhos. E apesar de ter vindo adulto, entrosou-se com eles e servia de cavalo canino para o Duda. Tivemos uma cadela Fox, a Kika. Presente de outro aficionado por Fox, o primo paterno Sérgio Franco. Seu pai, Ênio Franco trazia esse amor a essa raça especial. A Kika teve dezenas de filhos e netos. Presenteei amigos em vários municípios com descendentes da amada Kika. A sua extrema docilidade e olhar afetuoso acompanhava seu gracioso rebolado de felicidade ao nos ver.

 

Um filho da Kika foi o Grande e seu irmão de menor porte – o Pequeno. Outro dos filhos era pouco chegado às brincadeiras e mesmo com carinhos, saía de fininho – era o Arisco. E assim os nomes se sucediam. Como chegamos a ter mais de vinte, um ficou chamado de Sem Nome. Mas respondia alegremente sempre que chamado – Sem Nome, fiuuuiiii! Lá vinha ele alegre e aos pulos. O mais especial de todos certamente foi o Peludo. O nome é autoexplicativo. Um misto de pastor e collie que já marcou presença em outras colunas. Todos são especiais e creio que no Céu eles ocupem um espaço e uma atividade, pois eles precisam de nós e do nosso amor, mas talvez muitos de nós precisemos muito mais deles.

 

Denúncia!

 

Vários leitores tem alertado sobre a imensa quantidade de caminhões supercarregados de areia ou saibro de jazidas na zona rural de Viamão que ao retornarem carregados estão danificando seriamente o pavimento da rodovia RS 040. A cessionária esforça-se para recuperar os estragos, visíveis na quantidade de remendos. Perguntam se estariam havendo excesso de carga ou se a estrada não está apta para essa grande massa veicular pesada? Outros alertam que alguns motoristas desses caminhões da areia, assim como caminhões indo à Brahma, descem o grande declive na saída de Viamão em sentido da Escola Técnica de Agricultura em grande velocidade e na banguela. Têm-se dois pardais “inúteis” na RS 118 e ali nenhum controle de velocidade. O verão aumentará geometricamente o fluxo de veículos na RS 040 e os riscos de acidentes aumentarão da mesma forma. A matança no trânsito não é uma mera estatística, é uma grave realidade.

 

Sim, creio

 

Sim, falo ainda de saudades

Como quem semeia palavras

Para colher reencontros.

Ilustro vazios com imagens fraternais,

Projeto estações somente de chegadas,

Fujo da obscuridade dos horizontes ermos de abraços.

Desato nós de distâncias,

Lanço laços

Nos espaços iluminados da certeza.

Arrumo a mesa

Na plataforma antiga das confidências.

Deixo-me envolver pela cantiga mansa:

Vozes de acumuladas inocências das águas!

Despojo-me das mágoas

E dos caminhos que conheço,

Pois creio cegamente

No endereço do teu coração!

 

Lúcia Barcelos – Poetisa

 

 

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