12 Dezembros 08 – 2010 – A Viagem de cada um de nós! – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião
A Viagem de cada um de nós!
Uma das crenças entre os gregos e os romanos era de que os deuses, apesar do esplendor de seus poderes, tinham um ciúme gigantesco das pessoas comuns. E sempre que podiam realizavam seus sonhos de amor com homens e mulheres mortais. E dessas relações havia filhos. E mais conflitos. E o ciúme estava embasado exatamente na nossa finitude. A eles pertencia a eternidade confinada entre a mesmice dos séculos, aos humanos e mortais pertencia a magnitude da Vida finita. Somente quem conhece a Morte pode amar plenamente a Vida!
Perdas e ganhos! Quando perdemos e quando ganhamos? Ao falecer alguém a quem amamos, a nossa humanidade tende ao desespero da perda completa daquele ser de nossa presença e de nosso toque. O toque! A mão que acaricia outra mão ou uma face ou um dedo que navega nos sulcos de um lábio sente essa avassaladora ausência. Assim como corpos que se tocam e acordam juntos após uma noite de sono se existe a fragrância do amor. Olhos que buscam e se fotografam na solidão do par amoroso ou na multidão frenética. A água que sorvemos no mesmo copo, ou a umidade deixada pelos lábios na bomba de chimarrão espelham esse universo magnífico de vida. No entanto, a ausência física remete-nos à perda. E as emoções contidas nessa ausência física podem estraçalhar nossos corações. Ou despedaçar a nossa alma! Sim, alma. Imortal alma. Tão antiga quanto o amor e o ódio. Assim como eles, imortal em nossa eterna evolução.
Se pensarmos ou sentirmos essa nossa passagem curta ou longa aqui nesta Terra de tantas e tão brutais desigualdades e sofrimentos, poderemos estar como seres numa estação esperando o trem, o ônibus ou o avião. Enquanto alguns já partiram, outros estão com a passagem comprada e na lista de chamada para ocuparem seus lugares e partirem. E os demais? Eles têm duas opções. Ou ficar plantados na estação lamentando a viagem daqueles que já foram, ou tocar a vida sem preocupar-se com o seu momento de viajar. No entanto, fazendo com que o tempo de permanência antes de serem chamados seja pródigo em realizações e amor. O manto do esquecimento jamais será espesso o suficiente para cobrir nossas cicatrizes. Agora somente depende de nós tornarmos as marcas da jornada em ensinamentos e aprendizagem que leve ao entendimento e à luz do amor mais amplo e universal. Nenhuma pessoa ou ser nos pertence absolutamente. Quem ama – liberta! E assim o amor se expande – maior e muito mais puro e luminoso.
Nada fácil! Geralmente, muito doloroso e difícil. Mas que as pessoas que amamos, se nós permitirmos por nossas orações e fé, sigam os novos caminhos dessa outra jornada que começou com a morte e prossegue com o renascimento sem as amarras do corpo, serão e devem ser considerados como ganhos. Ganhos? Sim. Evoluirão como seres de amor e de luz, no entendimento e no merecimento de suas existências. Que nossas orações os fortaleçam e amparem e que o Amor a todos sustente! – Waldeliro Antunes da Cunha – esposo, pai, avô, bisavô e sogro – que o Espírito Santo ilumine sua alma e seu caminho!
Guerreiros Anônimos!
Seu Salah!
Seu nome é Salah Kalil Abdel Jawwat Abdel, natural da Palestina e viamonense de coração e por opção. Conhecido com seu querido irmão Jamil como proprietários da Feira Paulista, a mais tradicional e longeva loja do Centro Histórico de Viamão. A dificuldade em pronunciar o sobrenome palestino poderia ser sintetizada em trabalho e humildade, com a dignidade que construíram suas famílias no Brasil de todas as etnias, raças e credos. O milenar conflito na sua pátria em um povo sem fronteiras geográficas de sua nação não se traduz em ódio, revela-se em humildade e orações.
Saudade dos amigos
Perdão, por andar sumida…
Faz parte da vida!
Há tempos até
Em que sumo de mim.
Talvez não seja sumiço:
Perco-me na nuvem do compromisso…
Mas me encontro, enfim,
Quando a estrela da saudade dos amigos
Acende dentro de mim!
Lúcia Barcelos – Poetisa