A Memória e a Gratidão!–Edson Olimpio Oliveira–Jornal Opinião

12 Dezembro 15 – 2010 – A Memória e a Gratidão! – Edson Olimpio Oliveira – Jornal Opinião

A Memória e a Gratidão!

 

Ao final de um ano de trabalho acontece o balanço das atividades. Para as empresas, faz-se o balanço fiscal e são contabilizadas as perdas e os lucros, assim como, a medida do seu crescimento ou o seu encolhimento. Muito de nós passo pela vida sem o tempo e a vontade necessária para realizar um balanço de nossas atividades e sentimentos. Outros, no entanto, esperam esse apagar de luzes de um ano alegre ou dolorido para colocar num dos pratos da balança o que foi de positivo e no outro tudo aquilo de negativo. O entendimento do bom e do ruim é pessoalíssimo.

Durante a juventude, a memória gravita nas imediações de nossas vidas. Anos ou décadas para frente ou para trás. Eis que durante a velhice, constatamos que nossos idosos tem uma boa memória para os acontecimentos da infância ou da juventude. Muitos acusam e revelam esquecimento para coisas simples do dia a dia ou de um passado recente. No furor de juventude idolatramos geralmente o que se apresenta a nossa volta, os ídolos de nosso tempo.

Outro dia estava numa festividade de formatura de crianças de uma das nossas escolinhas. Meu neto de dois anos, não estava formando-se na escolinha, mas como aluno participava de uma das belas e várias apresentações. Sempre tive uma enorme admiração e respeito por esses professores de maternal e da primeira infância e dos professores alfabetizadores. Quando vimos uma obra terminada e aplaudimos o seu criador, estamos reconhecidamente enaltecendo o final. No ser humano não é assim. As contingências que obrigam pais e mães a colocarem seus filhos nas escolinhas transferem aos professores e professoras a mais vital essência de suas vidas – seus filhos! Essas crianças são como o barro primordial donde foi moldado o homem e a mulher.

Trazemos nossa carga genética e nossa bagagem espiritual, mas as vivências boas ou más moldarão grande parte de nós. Acredito que esses professoras e professores são seres iluminados e nitidamente vocacionados. Há algo de divino em certos ofícios humanos, este certamente é um deles. Ali naquele palco da vida estão seres em desenvolvimento para o amor e para o ódio e quantas dessas crianças convivem mais com suas profs do que com seus familiares? Muitos em tempo e outros em intensidade. Observava crianças com diversos graus de dificuldades integradas com seus coleguinhas num amálgama de amor e compreensão. É a construção de uma sociedade de mais amor e respeito pelos chamados ou entendidos como diferentes. Eis donde brota a esperança num mundo melhor para todos.

Esses mestres jamais estariam ali pelos ganhos pecuniários ou por status social. Destes mestres talvez nunca tenha saído um homem público ou alguém homenageado com lustro e glória. Ou talvez premiado! Para muitos dos pais ou familiares eles são sombras desconhecidas numa escola qualquer. Ou outros com sentimentos menos nobres. Isso se explica pelo entendimento de que a culpa consciente ou inconsciente seja transferida para outrem. Eis que a ação divina se faz na velhice quando o idoso ou a idosa lembram e gratificam a primeira professora ou o primeiro mestre. Para muitos é o resgate assumido do que esqueceram na juventude. Curioso?

Nota do Editor: Uma homenagem e gratidão à Escolinha Crescer e Conhecer e às suas professoras e professores. Que todos os mestres e escolas sintam-se igualmente distinguidos e recebam a gratidão de todos nós.

 

Mensagem aos amigos!

            Por Lúcia Barcelos – Escritora e Poetisa.

 

clip_image002Há os que dizem que somos seres da Terra, assim como os minerais, os vegetais e os animais, porém com a denominação de animais racionais. Enquanto seres humanos, todos temos um formato físico semelhante e temperamentos distintos. E deste formato que é interno, deste formato que não é decodificado pelos olhos físicos, talvez pudéssemos dizer que levamos a vida inteira num processo de formatação, ou seja, são anos para se chegar a uma forma, e daí nos damos conta de que a transformação acontece sim, e que é fundamental.

 

É claro que as contingências do dia a dia consomem a gente, as exigências da sobrevivência e as transformações da sociedade, enfim, do mundo, nos absorvem

e, às vezes nem refletimos sobre tantas coisas que se passam dentro de nós mesmos. E continuamos feito pequenos navios, ora ao leme, ora submissos aos caprichos das forças naturais, rumo ao infinito. Houve um tempo em que os navegadores só tinham nas estrelas um referencial de orientação. Era o céu que lhes acendia o rumo. Hoje, os navegadores se acercam da tecnologia. Porém nós, navegadores da vida, vivemos ainda procurando estrelas que nos indiquem o caminho interior. E é tão gratificante quando reconhecemos o caminho das estrelas!

 

Cada um de nós tem sua batalha do dia a dia, suas expectativas, decepções, vitórias… Cada um teve que vencer os seus obstáculos, conquistar o seu espaço e enveredar por algum caminho. Mas tem um momento em que os caminhos se encontram, e que então se elege oportunidades para comemorar parcerias, nutrir esperanças, também com as luzes das estrelas que cada um traz para compartilhar. É claro que muitos e muitos sentimentos vamos escondendo ou sufocando ao longo do caminho, mas isso é assim mesmo: é a vida. Ela nos ensina a guardar dores e alegrias, e nos ensina até a não prestar muita atenção nelas em certas ocasiões. Mas só que o tempo passa rápido demais e precisamos ficar atentos para não perdermos a capacidade de nos encantarmos com o que é ainda encantador!

 

Uma coisa é cumprir tarefas, outra coisa é sentir sabor naquilo que se faz, e de preferência, que não seja um sabor amargo. A vida anda ao ritmo próprio dela, mas cabe a nós criar um tempo para sonhar, para sorrir, para cantar, para fazer poesia, para perceber os detalhes felizes e para não deixar a nossa estrela solitária, perdida num canto do céu, sem a contemplação e a gratidão do nosso olhar! Vamos provocar um certo recuo na razão e acreditar que podemos tudo. Vamos acreditar na estrela que é capaz de revolucionar a nossa filosofia de vida e o nosso estado de espírito. Vamos continuar nos desprendendo do que não é bom. Vamos continuar num caminho sob estrelas nossas, e sob estrelas de quem nos ilumina com a fulgurante luz da amizade!

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