Casos de vida e de morte – e Dr Airton Delduque Frankini – Edson Olimpio Oliveira – Jornal Opinião de Viamão – 2 2 Agosto 2012

22 Agosto 2012 – Casos de Vida e de Morte – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião

Casos de Vida e de Morte

S

e não bastassem as dificuldades do nosso dia a dia, eis que novamente casos fantasmagóricos invadem nosso território e por mais que queiramos deixá-los de lado, amigos angustiam-se, muitos perdem o já escasso sono. Não vamos enveredar pela filosofia ou pela religião, há outros mais letrados que nós. Uma amiga professora descreveu suas vivências com algo que denominou de “a noiva de branco” e suas aparições com testemunhas até aqui vivas em vários locais do município viamonense. Outro amigo raspou a crina de seu melhor cavalo e ainda cortou rente a sua cauda, pois o animal apareceu com tranças impossíveis de serem desfeitas. Quando um amigo brincou se “estava com tendências rastafári”, indignou-se e com os olhos esbugalhados escoou de seus lábios um murmúrio indecifrável. Falam de bruxas. Custa-nos crer que nesse mundo de altas velocidades, de internet, de mensalão e de mensaleiros, de gabrielas e outras novelas ainda ouçamos e nos preocupemos com o misticismo ou com o sobrenatural de almeida.

Cr & Ag

Há um sítio nas margens dessa ERS 040 atopetada de caminhões de areia que traz essa sina de sofrimento, lamentos, desconfiança e temor dentro da casa e da propriedade. Há mais de vinte anos mudam os proprietários… “Iniciemos pelo início”, como diria o magistral vereador. Recebida em herança essa propriedade, o novo dono mandou refazer a casa. Contratou pedreiros e carpinteiros. Fez um projeto adequado ao seu gosto e às suas necessidades pessoais e familiares. A obra andava a passos largos. Amigos eram levados ao local para cientificarem-se das inovações que ali seriam instaladas. Num desses dias que nascem iguais como todos os outros, um trabalhador acidentou-se. Uma queda inexplicável que trouxe uma morte dolorosa para sua família, amigos e para seu empregador. Apesar de experiente no seu ofício, ainda era jovem. Jovem demais para morrer.

Cr & Ag

O tempo jamais sossega, nem para uma água fresca ou para um descanso revigorante. Logo o trabalho continuava e o acidente fatal seria somente uma lembrança. Seria mesmo? Não. Outros empregados relatavam coisas estranhas, como: ferramentas que se perdiam ou que estavam em lugares estranhos, sons e um cortejo de queixas e observações “bobas” para quem estava fora. E os trabalhadores foram abandonando a obra e os novos logo se queixavam dos mesmos senões. A obra parou. Empregados que moravam na propriedade contavam estórias estranhas. A vida do proprietário mudou e logo se desfez da bela propriedade mudando-se para o outro extremo do Estado. E desde então, vários donos passaram por ali. Ninguém se fixou e novas estórias vinham a furo apesar das tentativas de silêncio e ocultação dos fatos.

Cr & Ag

Verdades ou mentiras? Alucinações? Esse medo ancestral e mórbido do ser humano ante o desconhecido? Não sabemos. Certeza somente de que ali morreu tragicamente um trabalhador e que nunca mais, ou até os dias de hoje a propriedade manteve um novo dono. As sombras são as únicas presenças naquela residência abandonada pelos homens vivos.

Um exemplo para todos nós!

A cara professora Ivone Silva contou-me que nos dias do falecimento de seu querido pai, recebeu uma mensagem de um estimado jovem de uns 14 ou 15 anos que era pessoa destacada e singular nas lides de CTG. Pouco tempo depois esse jovem faleceu de mal súbito durante uma apresentação de dança gauchesca com seus amigos e colegas. O pai da professora faleceu aos 87 anos de idade. Duplamente abalada, foi então solidarizar-se com o pai do querido jovem. Eis que aí ouviu uma das maiores lições de amor e de consciência de vida que poderia ter: – Só tenho que agradecer a Deus o presente que Ele me deu por ter esse filho e viver com ele esses 15 anos. Agora estou devolvendo-o a Deus para que ele continue sua missão!

Quantos de nós teríamos essa clarividência e entendimento de vida e de morte? Se você está vertendo lágrimas agora, sinta-se humano comigo.

1 comentário (+adicionar seu?)

  1. Marlene Pedroski Nicolao
    set 10, 2012 @ 16:31:01

    Muito interessante esta postagem, como as demais, há necessidade sim da abordagem de diferentes temas, aqui as encontramos. Assuntos que estão no imaginário ou entendidas como “verdades” precisam ser abordadas e discutidas. Ótimas pontuações!

    Responder

Deixe um comentário