Conflitos do dia a dia– Edson Olimpio–Jornal Opinião–13 Fevereiro 2013

 

2013 – 02 – 13 FEVEREIRO 2013 – Conflitos do dia a dia – Edson Olimpio Oliveira – Crônicas & Agudas – Jornal Opinião

Conflitos do dia a dia

Diz-se que mais complicada é a vida porque as pessoas a complicam mais ainda. Redundância? Verdades. Pois a visão que cada um tem do mundo é muito sua, muito particular e muito especial. Influenciada por diversos fatores, inclusive por influência ideológica. Como assim? Alguns são de esquerda, outros são de direita, muitos são do “pip” – partido do interesse próprio. Vários tendem a generalizar o “ingeneralizável”, por alcance reduzido do entendimento, como defesa de suas fraquezas ou imperfeições ou pelo efeito revoada – prefiro esse termo ao correlato “efeito manada”, pois revoada é de aves, pássaros ou de avoados. Assim é desde o mais singelo e banal termo a mais complexa e profunda colocação. Em épocas de mensalão julgado e condenado, em que a força de caracterizar como inverdade ou utopia foi vencida, ai de quem mostrar-se respeitar as instituições. Correm-se riscos, como o ex-governador Olívio, que agora é perseguido por segmentos do seu partido político.

Cr & Ag

“Chinelagem” está nesta moda dos novos termos cunhados Na periferia ou nas novelas. “Chinelo” vem na linha do antigo “muquirana” e outros do gênero. Pois um amigo mostrava-se indignado com outro que usou essa expressão para catalogar esses motoristas que dirigem com os braços pendentes nas janelas abertas, jogam lixo pela janela do carro até em movimento, das moçoilas (sempre busquei um tempo para usar esse termo) que usam shorts abusivamente curtos adentrando as cavidades naturais inferiores e traseiras em ambientes não condizentes. Mais: dessas criaturas que no banco do carona andam com os pés sobre o painel do carro e ainda de chimarrão em punho; dessas criaturas que usam o celular como se falassem em comício; desse pessoal que ataca com unhas e dentes os bufês e carregam pratos como montanhas de comida em sua derradeira refeição antes do cadafalso; desses que persistem em furar filas e conversar nos cinemas ou que paqueram acintosamente o par alheio. A lista é grande e o admirável leitor deve estar acrescentando novos itens. Se você está fora dessa turma não há porque irritar-se com o alheio. A boa educação separa e seleciona já a má tende a compactar, a juntar alhos com bugalhos.

Cr & Ag

Outro dia um amigo sentia-se muito ofendido com um conceituado jornalista que usou o termo (sic) de “lixo humano”. Aqui certamente há um viés ideológico do entendimento e da aceitação. O politicamente correto e o absolutamente esdrúxulo podem conviver em sintonia. Assim podem estar “negro” e “afrodescendente”? Citando outro ex-governador, Alceu Colares, que aprecia ser tratado como “negro gaúcho e brasileiro” e tem o maior e inesgotável orgulho de sua raça e cor. No entanto, outros se sentem ofendidos. “Uma questão de ordem”, parafraseando um colega que constantemente aparteava as reuniões médicas, assistam aos filmes Lincoln e Django, vejam racismo e escravidão com outra ótica. Voltemos ao “lixo humano” – há moradores de rua e moradores de rua, há drogados e drogados, há bandidos e bandidos, há médicos e médicos, há… Nem tanto ao céu e nem tanto à terra. A escória da sociedade seria o lixo humano? Para estar neste grupo classificado como ralé ou escória dever ser pela condição econômica ou pela podridão, putrefação dos valores morais e humanos?

Cr & Ag

Alguém é um assassino, estuprador ou tem as piores qualificações, pode ser considerado uma pessoa “normal” como milenarmente nos foi ensinado e a razão nos mostra? Há seres que jamais serão corrigidos ou terão alguma recuperação, há seres em que o mal é inesgotável e deveriam estar sempre afastadas do convívio social? Realidade ou é uma visão distorcida? Seres que se arrastam em gabinetes refrigerados ou nas vielas sépticas cujo único propósito e objetivo na vida são de fazer o mal aos outros, buscando a sua vantagem. Conhece alguém assim? Acredita ser possível que existam e que convivamos em harmonia com eles? Nem todo presidiário é “lixo humano”, mas muito “lixo humano” deveria estar e permanecer nas penitenciárias para exemplo e proteção de todos? Há exagero nesta tese ou neste entendimento? Interrogações. Essa é a função do cronista – raciocine, entenda e posicione-se! Não podemos ser submissos nem à fé absoluta, lembre-se do pastor Jim Jones.

John Wayne

Cavalos nos Cabelos

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