26 August, 2023 11:23

Tranqueira ou “Tranquera”!

Dicionários definem ‘tranqueira’ com vários sinônimos, aqui nessa crônica traremos como ‘empecilho’, ‘algo que tranca ou atrasa’. Nesse plano. Demais versões fica por conta, risco pessoal.

Pense comigo: você está numa rodovia. Uma fila de carros a sua frente e outra imensa às suas costas. Você não enxerga onde esse rabo acaba. A velocidade de fluxo normal estaria entre 60 e 80 km/h. Você e essa tropa estão a 30 km/h ou até menos. Não há como ultrapassar com segurança, no entanto, alguns afetados passam pelo acostamento ou invadindo a pista contrária, vítimas de outra tranqueira. Quando você consegue escapar daquela bronca de alto risco de acidentes coletivos, lá na frente, trancando tudo está um ‘soberbo motorista ou mautorista’, fazendo escola com outras ‘tranqueras’. Vezes dirigindo e sorvendo um chimarrão. Ou grudado no celular. Ou… Lascando com o resto do povo!

Agora você vislumbra uma casa, um grupo até familiar, consegue identificar alguma tranqueira? Alguém que além de impedir a melhora das criaturas, muitas vezes se encontra ‘puxando para trás’ (não é pleonasmo!). Quando um verte sangue e bota de balde, outro (s) tira de conta-gotas. Vence a criatura do gotejo contínuo, atrasando a família. Sim ou não?

Cr & Ag!

Estenda, amplie, universalize essa situação para uma cidade que você conheça – serve Viamão City. Outra? Qualquer uma que passar pela lente da sua lupa racional e matemática. Quem paga é fiscalizado dia e noite, mas quem sonega ou não paga, espera e ganha um perdão da dívida. As imensas, abissais dificuldades de empreender, dar empregos, construir, enfim investir na cidade. Há sempre uma horda mongol ou um sátrapa montado num cavalo chamado “Tá na lei” que aplica o processo de tranqueira e desertificação econômica. Invariavelmente possui a poderosa arma da caneta atômica e do trono público. Isso é na cidade, mas o atilado companheiro de jornada está observando o estado e o país. Por que uns evoluem, enriquecem, prosperam, viram ilhas de felicidade/prosperidade conquistada com mínimo parasitismo?

Em Pasárgada os beneficiados com cotas de qualquer tipo e escore, como aqueles que recebem privilégios, deveriam ser premiados com uma sobretaxa pelo dobro de tempo do seu benefício para melhorar as vidas daqueles que ainda são como ele foi, similares ou genéricos. Entende? Já na Pindorama, belo país de palmeiras reais e eletrônicas – elas abanam suas folhas em dias sem vento para refrescar os privilegiados à sua sombra com lagosta e Champagne.

Cr & Ag!

Não recordo bem se em Pasárgada ou em Pindorama (talvez na Sumatra Setentrional!), os mais de cinco séculos de existência da ilha e suas centenas de gerações não foram suficientes para saírem coletivamente da era da barbárie, onde cada vez tiram mais de quem trabalha e busca/insiste evoluir e produzir. Tirando de sua mesa e família, em benefício de quem teima em receber terra, água, dinheiro e comida. Acusar a falta de escola até ajuda quando a escola é de qualidade ruim e péssima. Mas diploma, mestrado, doutorado, pós-doutorado, lauréis variados não leva ninguém ao real sucesso de empreender sob seu risco e glória. Talvez a maioria esteja hospedado permanentemente num cargo público de Pasárgada ou de Pindorama. Pessoas sem ou com mínima escolaridade faturam sucesso, fama, riqueza inaudita e adoração fértil.

Conhece algo assim? Isso é normal numa sociedade democrática e livre? Regiões e povos de estados e países são âncoras seculares que travam o navio do progresso no atraso de seus portos. Há vários séculos a dependência viciosa entorta a boca como o hábito do cachimbo ou da mão ligeira e desonesta!

Tranqueras’ ou tranqueiras – viver com elas é opção pessoal que sobrecarrega o outro?

2023.08.22 – Tranqueira ou Tranquera! Edson Olimpio Oliveira

Crônicas & Agudas – Jornal Opinião de Viamão

www.edsonolimpio.com.br

www.edsonolimpio.org

Deixe um comentário